segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Existem dores que doem todos os dias

“Ninguém pode livrar os homens da dor, mas será bendito aquele que fizer renascer neles a coragem para a suportar” (Selma Lagerlof).

Estamos sempre renascendo de nossas dores... ora elas são pequeninas, ora gigantes. Existem dores que doem todos os dias, quase incuráveis. Estas são aquelas que vão nos transformando, nos purificando, fazendo-nos pessoas melhores, mais complacentes, bondosas e misericordiosas. São as dores da existência, da humanidade, as dores e os sofrimentos que vão nos transformando!

Assim diz a canção epitáfio: “Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração”. São essas alegrias e dores que carregamos em nós que precisam ser aceitas e vivenciadas. Quando aprendemos a compartilhar a vida e suas nuances a gente também cresce no espírito da solidariedade. Se não podemos curar as feridas e sofrimentos das pessoas, podemos ser amigo, companheiro, irmão... podemos ser pessoa, gente de verdade!

Tenha uma abençoada e iluminada semana...
Frei Paulo Sérgio, ofm

Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor

''Você tem dentro de você mais amor do que você jamais poderia entender” (Rumi).

Deus não pode ser definido por nenhum construtor humano e nem caber em conceitos abstratos... O apóstolo João, na sua experiência pessoal e única com o Senhor, pôde afirmar: “quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1 Jo 4,8). Deus nos é apresentado como AMOR, como fonte e origem do amor pleno, do amor verdadeiro que flui em nosso SER como um rio perene e caudaloso...

Essa fonte de AMOR está em nós, mas não somente na nossa compreensão biológica, corporal... Nós não somos o nosso corpo, este apenas é uma manifestação da alma e do SER. Portanto, aprenda a PERCEBER o amor de Deus em você. Sinta-O envolvendo o seu corpo, a sua alma e todo o seu SER. Sem medo, sem reservas, sem cálculos... o amor de Deus é infinito, é puro, é pleno!

Abraços terapêuticos,

Frei Paulo Sérgio, ofm

Espiritualidade do Tempo do Advento

“Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem” (Lc 21, 36).

A espiritualidade do Tempo do Advento nos convida à oração e à vigilância. Orar significa abertura a Deus, capacidade de escuta da Palavra, permissão para que o Espirito Santo possa realizar sua obra em nós... Faz-se necessário criar uma dis-posição ao Espirito Santo: meditação silenciosa, abertura e entrega: pedir ao Espirito Santo que venha em cada inspiração para curar toda ansiedade, medo e pre-ocupação que habitam em nós...

Na vigilância vamos aprender a criar um espirito de atenção plena, onde estaremos atentos a tudo, sem, contudo, cair na ilusão da dispersão... É a capacidade de intuir, saber, perceber, sentir a realidade de maneira holística, inteira e plenamente. A vigilância nos faz atentos e confiantes, pois nos coloca na fruição da VIDA: sem medo, sem pânico, sem distração... Isso significa também que estamos sempre “prontos” para o melhor da VIDA!

Tenha um ótimo e abençoado Tempo do Advento!

Frei Paulo Sérgio, ofm

Manter uma boa atitude enquanto se espera

“Paciência: O intervalo entre a semente e a flor” (Ana Jácomo).
Paciência e perseverança tem o efeito mágico de fazer as dificuldades desaparecerem e os obstáculos sumirem. A paciência é uma virtude que precisamos aprender e desenvolver. São Francisco nos ensina que a paciência que imaginamos ter é a paciência que vamos demonstrar. Isso quer dizer que não adiantar fazer teoria sobre a paciência, pois ela é algo que se expressa, que se demonstra...
A paciência não é simplesmente a faculdade de esperar, mas é a habilidade de manter uma boa atitude enquanto se espera... A natureza nos ensina o verdadeiro sentido da paciência: é a sabedoria de não violentar a semente, mas de plantá-la e esperar o tempo do nascimento, do crescimento, do desabrochar das flores e a alegria da colheita! Cultive o verdadeiro sentido da paciência e você haverá você de encontrar sentido no tempo, nas relações de amizade, nos compromissos que se tornaram laços a nos envolver...

Abraços terapêuticos,
Frei Paulo Sérgio, ofm

Quem ama confia, respeita e perdoa

“A escuridão pode esconder as árvores e as flores de nossos olhos, mas não poderá esconder o amor de nossos corações” (Khalil Gibran).

O verdadeiro amor não deveria trazer consigo sofrimento, egoísmo, ciúmes ou orgulho... Entendo que amar seja dar o melhor de si pela vida, pessoa amada, pelo amigo (a) sem necessidade de propriedade ou retribuições. Quem ama confia, respeita e perdoa... Con-fiança é algo que se constrói ao longo do relacionamento e da vida; daí não é algo que nasce de um instante para outro!

Quando se ama de verdade, pode-se demorar o tempo que for, mas permanecerá. O verdadeiro amor é paciente, aprende a lançar pontes, cultivar a sabedoria necessária para curar as feridas, suplantar a dor da separação... O amor verdadeiro aprende a amar mesmo nas distâncias, pois, como as flores, precisa das noites e das madrugadas para permitir desabrochar...

Tenha uma excelente e abençoada semana!
Frei Paulo Sérgio, OFM

Menos ciência e mais consciência

“É necessário que as coisas acabem, para que coisas novas aconteçam…” (Eckhart Tolle).

Devemos aprender com a natureza e suas estações... Há sempre renovação dos ciclos de vida... É preciso que as folhas secas caiam, sejam levadas pelo vento, pois só assim, outros brotos e novas folhas possam surgir. Temos dificuldades para perder, queremos ganhar sempre... Somente aprende a ganhar quem aprendeu a perder!

O ego em nós passou a ocupar um lugar muito além dele... Passamos a viver sob a tirania do ego, que quer sempre satisfação, segurança, controle, prazer... O ego precisa ser reduzido em nós, para a que a consciência apossa eclodir... A consciência é o que temos de melhor, pois, somente por ela, vamos acessar a sabedoria. Faz-se necessário menos ciência (conhecimento) e mais cons-ciência!

Tenha um excelente fim de semana!

Frei Paulo Sérgio, ofm

Capacidade de saborear os momentos

“Muitas pessoas estão vivas, mas elas não tocam o milagre que é estar vivo”  (Thích Nhất Hạnh).

Estar vivo significa inspirar e perceber a vida fluindo em cada célula do corpo. Estar vivo é ter a capacidade de ver, escutar, sentir, tocar, degustar as coisas, os momentos, as experiências inerentes à própria vida. Viver é mais do que existir, ou passar pela vida ou estar caminhando pelas ruas... Viver é SENTIR a vida, trazer dentro da alma o espirito de GRATIDÃO...

Quando sabemos que participamos da vida, esse saber torna-se sabor, capacidade de saborear os momentos, a alegria, a amizade, o amor e cada instante que revela diante dos olhos... Viver é perceber e sentir o amor de Deus pulsando em toda criação e também dentro de cada um de nós... Viver é SER, acontecer, respirar  e permitir a própria VIDA fluindo em nós...

Abraços terapêuticos,

Frei Paulo Sérgio, ofm